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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"O" Espírito Santo ou "um" Espírito Santo?

A expressão “Pai, Filho e Espírito Santo” ilustra o dogma da Santíssima Trindade. O Pai é Deus, o Filho é Jesus, mas e o Espírito Santo, quem ou que seria? Para se compreender a origem dessa denominação é preciso recorrer a fatos históricos ligados aos primeiros cristãos e à expansão da fé cristã.
Do hebraico para o grego; do grego para o latim; do latim para o francês, alemão, inglês; e destes para o português. Esse foi o longo caminho, atravessando séculos, que os textos evangélicos percorreram. Considerando-se a ausência de recursos materiais naqueles tempos, fica fácil depreender quantos erros de transcrição, quantas expressões mal traduzidas e/ou interpretadas, quantos acréscimos e quantas passagens excluídas. Em muitas situações, o sentido original, normalmente simples e profundo, acabou por se transformar em algo ininteligível, sem compromisso com a lógica e a misericórdia divina.
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Léon Denis (França, 1846-1927), em sua notável obra “Cristianismo e Espiritismo”, na qual faz um grande estudo sobre esses fatos, comenta:
“Os manuscritos originais dos evangelhos desapareceram, sem deixar nenhum vestígio certo na História. Foram provavelmente destruídos por ocasião da proscrição geral dos livros cristãos, ordenadas pelo Imperador Deocleciano (303 d.C.). Os escritos sagrados que escaparam à destruição são apenas cópias. A divisão atual dos textos evangélicos surgiu, pela primeira vez, na edição de 1551. (...) Primitivamente não tinham pontuação. Muitos fatos parecem imaginários e acrescentados posteriormente. Numerosas interpolações poderiam ter sido feitas igualmente.”
Léon Denis igualmente afirma que São Jerônimo, ao fazer a seleção e a tradução dos textos evangélicos do grego para o latim, traduziu a palavra “pneuma”, que em grego era utilizada para designar uma inteligência privada de corpo carnal, como “spiritus”., mantendo fidelidade aos escritos originais. Além disso, ele reconhecia, assim como os evangelistas e os primeiros cristãos, que existiam bons e maus Espíritos.
Ao longo da evolução e expansão da fé cristã, os bons Espíritos passaram a ser considerados anjos e os maus Espíritos simplesmente como demônios. É importante destacar que no original grego, a palavra “daimon” era empregada como sinônimo de gênio ou de Espírito. Traduzida como “demônio”, acabou por ser associada apenas aos Espíritos maus.
A comunicação com os Espíritos era conhecida e praticada pelos primeiros cristãos, conforme encontramos na obra citada acima:
“Os cristãos dos primeiros séculos conheciam perfeitamente as práticas necessárias para se entrar em comunicação com os Espíritos e não perdiam ocasião de as cultivar, inclusive para tratar de assuntos doutrinários.”
Ele também afirma que São Jerônimo foi fiel à expressão “Espírito bom”, conforme os textos originais, traduzindo-a para o latim como “Spiritum bonum”, como se encontra na Vulgata. Porém, a idéia de divinizar ou santificar o Espírito começou a surgir nas traduções francesas, nas quais a palavra “sanctus” passou a ser constantemente ligada à palavra “spiritus”. Esse fato obscureceu a simplicidade dos textos originais e, na maioria dos casos, tornou-os ininteligíveis.
Os estudos realizados por Léon Denis mostram que o surgimento do dogma da Santíssima Trindade ocorreu a partir do século IV e, com isso, muitas passagens do Novo Testamento passaram a ser modificadas, a fim de exprimir as novas doutrinas cristãs, complicando profundamente a compreensão da mensagem singela de Jesus.
Além desses problemas, a fé cristã sofreu muitas adaptações oriundas do paganismo, com o objetivo de incutir, nos povos bárbaros, a idéia de um Deus único, de Seu filho, também único (para eles), que morreu para nos salvar. O que não ficou esclarecido, foi justamente a função do Espírito Santo, seja lá o que ou quem seja. Mais difícil ainda pensar nessa trindade como um sendo um só ser.
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O Espírito Emmanuel, na obra “O Consolador", pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, se refere à questão da Trindade na pergunta 264:
“Textos primitivos da organização cristã não falam da concepção da Igreja Romana, quando à chamada ‘Santíssima Trindade’. Devemos esclarecer, ainda, que o ponto de vista católico provém de sutilezas teológicas sem base séria nos ensinamentos de Jesus. Por largos anos, antes da Boa Nova, o bramanismo guardava a concepção de Deus dividido em três princípios essências, que os seus sacerdotes denominavam Brama, Vishnu e Xiva. (...) as forças que vinham disputar o domínio do Estado, em face da invasão dos povos considerados bárbaros, se apressaram, no poder, em transformar os ensinos de Jesus em instrumento da política administrativa, adulterando os princípios evangélicos nos seus textos primitivos e assimilando velhas doutrinas como as da Índia legendaria e organizando novidades teológicas, com as quais o Catolicismo se reduziu a uma força respeitável, mas puramente humana, distante do Reino de Jesus, que, na afirmação do Mestre, simples e profunda, não tem ainda fundamentos divinas na face da Terra.”
No Hinduísmo, a divindade suprema e a liderança do Universo são realizadas por três deuseus: Brama, Vixnu e Xiva, que simbolizam respectivamente a criação, a conservação e a destruição.
Atualmente, algumas igrejas admitem o transe mediúnico (embora não o denominem dessa forma) caracterizado por apenas dois tipos de manifestações: se forem de natureza grosseira e agressiva, são atribuídas ao demônio; se forem voltadas para o bem, são atribuídas ao Espírito Santo. Não seria muito mais simples trocar a palavra ‘santo’ de lugar? Ao invés de “Espírito Santo”, teríamos um Santo Espírito, isto é, um Espírito santificado no bem, na verdade e no amor! E, pela misericórdia divina, todos nós podemos receber a assistência desses Espíritos santificados, que nos assistem com freqüência ao longo de nossa existência!
Novamente no livro “O Consolador”, na questão 312, Emmanuel nos esclarece sobre a correta interpretação que se deve dar à expressão “Espírito Santo”:
“Legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias da organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.”
Esses Espíritos não alcançaram esse estado por privilégios ou por terem sido assim criados. Eles chegaram a tal elevação espiritual por esforço próprio, ao longo dos milênios, tenha sido aqui na Terra ou além dela. São nossos irmãos mais velhos, criados muito antes de nós, já tendo passado pela fieira das provas e expiações, testemunhos e experiências nobres, cuja felicidade consiste em amparar os que ainda caminham na retaguarda da evolução espiritual. Trabalham pela Humanidade por amor a Jesus nada almejando que não seja servi-lo. Raramente reencarnam na Terra a não ser para desempenharem valiosa missão em auxílio ao progresso moral e espiritual do ser humano.

(Tema apresentado na reunião pública do dia 24 de outubro de 2011)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cuidados e percalços de ordem material no exercício da mediunidade


Ao longo da prática e do exercício da mediunidade, muitas vezes o médium atravessa momentos de intensos obstáculos de ordem puramente material, impedindo, de alguma forma, a sua dedicação e participação regular nas reuniões mediúnicas.
Sendo o médium um indivíduo como outro qualquer, enfrenta igualmente obrigações relacionadas ao trabalho profissional, aos compromissos familiares, aos problemas de saúde próprios ou de familiares, os quais acabam por interferir no exercício de sua mediunidade.
Muitas vezes, devido à pressão que recebe por parte da casa espírita que frequenta, não se sente à vontade para conversar abertamente sobre o assunto com o responsável pelas atividades mediúnicas. Esse fato acaba por complicar sua situação individual, interferindo igualmente no grupo mediúnico.
Atualmente as casas espíritas oferecem horários alternativos em suas atividades de estudo doutrinário, palestras, aplicação de passes, etc, com o objetivo de se adequarem às imposições de ordem material de seus frequentadores.
Se o médium não puder participar das reuniões mediúnicas por esses motivos, não deve abandonar sua participação na casa espírita que frequenta, devendo buscar outros horários nos quais possa comparecer, até que sua situação volte ao normal. Abandonando totalmente as atividades acabará por se comprometer mais ainda, dificultando seu equilíbrio íntimo.
Sobre essa importante questão, o livro "Conversando sobre mediunidade", de autoria do Espírito Cairbar Schutel, psicografado pelo médium Abel Glaser, apresenta valiosas orientações sobre esse problema. Essas recomendações se aplicam igualmente aos trabalhadores da casa espírita, mesmo que não atuem como médiuns, e também aos frequentadores regulares.
"É dever de cada médium envidar esforços para que os problemas de ordem material, inclusive os econômicos, não sejam impedimento ao regular exercício da mediunidade.
Por vivermos numa sociedade onde o materialismo ainda dispõe de raízes profundas, nem sempre é fácil superar as dificuldades materiais. A maneira de evitar o desequilíbrio, nesses casos, é lembrar sempre que a vida encarnada neste planeta é passageira, não representando de forma alguma o último degrau da caminhada de cada Espírito.
O médium necessita de sua atividade material para sobreviver, porém, ao participar de uma atividade mediúnica deve colocar de lado seus interesses pessoais, colaborando com um plano de vida diferente daquele o preocupa diuturnamente.
O desequilíbrio e o despreparo de qualquer médium devem ser resolvidos fora do exercício mediúnico propriamente dito. Não estando preparado para essa colaboração com a Espiritualidade, é preferível o não comparecimento às reuniões para trabalhar, já que não há lugares cativos em mesas mediúnicas. Pode participar de palestras, receber passes, não se utilizando de sua mediunidade em proveito próprio.
Convém lembrar, entretanto, que não deve deixar essas atividades para cair no negativismo materialista, mas sim, para buscar no tratamento da assistência espiritual, no estudo, na meditação e na prece o reequilíbrio que lhe permita retornar ao trabalho mediúnico com desprendida dedicação."

(Tema apresentado na reunião pública do dia 10 de outubro de 2011)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ALLAN KARDEC: EMBAIXADOR DOS CÉUS



Alavancando a cultura impoluta,
Que altera o ser mudando-lhe a conduta,
Com todo o brilho das suas ideias,
Allan Kardec investe no saber
E pensa a qualidade do viver,
Desbancando as posturas mais pigméias.

Desde menino, atado aos compromissos
De progredir sem negar-se aos serviços,
Avança, radiante, rumo ao futuro,
Vibrante, aprende e aplica o magnetismo,
E sente o bem de viver o altruísmo,
Num plano de ação formoso e seguro.

Deslumbra-lhe o vigor da natureza;
Quanto ao progresso fala com certeza,
Impõe à vida sóbria disciplina.
Vê na criança a base do futuro,
Convida o jovem ao pensar maduro,
- Lógica e lucidez descortina.

Pulsa seu coração pela alegria
De poder realizar, dia por dia,        
O trabalho que acorda o gênio humano.
Deixa bem claro o seu amor à Terra,
Rechaça tudo o que o equilíbrio emperra
Nas mais torpes ações do cotidiano.

Homenageia o ser que, além da morte,
Tem na bagagem nobre o próprio norte,
Sabe encontrar a paz na ação do bem.
E nos contatos sempre venturosos
Allan Kardec logra os mais formosos
Diálogos manter com o Grande Além.

Toca o cerne dos irmãos vivos-mortos
De hábitos nobres ou viveres tortos,
A todos entendendo com bondade.
Instrumento das luzes sublimadas,
Traz lições para o mundo, credenciadas,
Na lucidez do Espírito Verdade.     

A França e o mundo inteiro se aprimoram
Embora as multidões que ainda ignoram
Com ensinos de excelsa inspiração.
E é assim que a Doutrina chega ao mundo,
É o Espiritismo sereno e fecundo.
Nasce, pujante, a Codificação!
                                            
Embaixador dos Céus, nós te saudamos
Nessa alvorada em que todos chegamos,
Rompidos com a pose de corifeus.
Roga ao Senhor por nós, onde estagias;
Vela pela honradez dos nossos dias,
Nessa áspera jornada rumo a Deus.

                                                                                                         Espírito Ivan de Albuquerque

Obs: Essa mensagem foi psicografada pelo médium Raul Teixeira na noite de 01-10-2003, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói, RJ, sendo publicada em seu mais recente livro "Quando a vida responde", pela Editora Frater.